O economista Ricardo Arroja foi hoje oficialmente exonerado das suas funções de presidente da AICEP - Agência para o Investimento e o Comércio Externo de Portugal - por uma Decisão do Conselho de Ministros, publicada no Diário da República, e assinada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro: cf. aqui.
Segundo a lei que regula o estatuto dos gestores públicos, o economista Ricardo Arroja vai receber uma indemnização de 62 mil euros (cf. aqui), após pouco mais de um ano no exercício das suas funções (o seu mandato era de três anos).
Enquanto contribuinte, eu estou abismado.
Segundo o próprio ex-presidente da AICEP referiu em comunicado, ele foi exonerado por uma decisão do ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, contra a sua própria vontade (cf. aqui).
Na comunicação social, a razão invocada para a exoneração foi a de dar um maior dinamismo à AICEP: cf. aqui
Ora, como um artigo do Expresso hoje publicado muito bem aponta, essa foi a mesma razão dada há um ano pelo governo de Luís Montenegro para substituir o anterior presidente da AICEP, Filipe Santos Costa (cf. aqui).
Mais. Como o artigo do Expresso explicitamente menciona, a nova presidente da AICEP, que vai suceder a Ricardo Arroja e que fazia parte da sua administração, tendo em conta a sua avançada idade, precisa de uma autorização especial do Ministério das Finanças para assumir funções.
Esta não é propriamente a melhor credencial para quem vai presidir a uma instituição que precisa de ser dinamizada.
A questão é, portanto, a seguinte. Ou o ministro Castro Almeida, e o Governo em geral, mandam cá para fora uma razão concreta e plausível para terem exonerado o economista Ricardo Arroja, ou a conclusão a tirar é que a decisão foi um acto ad hominem, uma miserável vendetta própria de uns irresponsáveis que não têm de tirar do seu bolso os 62 mil euros que o economista Ricardo Arroja vai agora receber.
Vão ter de ser os contribuintes portugueses a pagar.
É o facto de não ser o Ministro Castro Almeida a ter de pagar que lhe permite entregar-se a estas politiquices de vão-de-escada.

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