28 fevereiro 2025

O Muro da Vergonha (69)

 (Continuação daqui




69. Tudo por causa do dinheiro


Quem pretende nos EUA conter a imigração ilegal vinda da América Latina, a primeira coisa que faz é reforçar a guarda no Muro da Vergonha.

A segunda é cortar a colecta a quem se dedica a acolher imigrante ilegais  com o dinheiro dos contribuintes americanos. E foi isso mesmo que a Administração Trump fez à Igreja Católica.

A United States Conference of Catholic Bishops (USCCB), o órgão de directivo da Igreja Católica nos EUA (equivalente à Conferência Episcopal Portuguesa) não gostou e o Papa Francisco também não porque, aparentemente, o dinheiro é pecaminoso nas mãos das pessoas normais (especialmente dos ricos), mas não nas mãos dos bispos católicos.

No início do mês, o Papa escreveu uma carta de apoio aos bispos americanos a consolá-los e a criticar implicitamente a Administração Trump (cf. aqui). Tantos coitadinhos na condição de imigrantes ilegais e Igreja não tinha agora o dinheiro dos contribuintes para os sustentar.

Talvez incentivada pelo apoio papal, a USCCB pôs a Administração Trump em tribunal pedindo a anulação da ordem executiva que mandava cortar 65 milhões em apoios à Igreja Católica. O tribunal rejeitou o pedido (cf. aqui).

Agora, parece que em várias localidades da América, o boletim paroquial é enviado aos paroquianos exibindo o parágrafo 2243 do Catecismo (cf. aqui), que diz assim:

2243 Armed resistance to oppression by political authority is not legitimate, unless all the following conditions are met: 1) there is certain, grave, and prolonged violation of fundamental rights; 2) all other means of redress have been exhausted; 3) such resistance will not provoke worse disorders; 4) there is well-founded hope of success; and 5) it is impossible reasonably to foresee any better solution.

Aquilo que este parágrafo estabelece são as condições necessárias e suficientes para a revolta armada do povo.

Quer dizer, um dia destes a Igreja Católica ainda põe a América em polvorosa.

Tudo por causa do dinheiro. 

Quem diria?   


(Continua acolá)

Sem comentários: