19 janeiro 2025

Almirante Gouveia e Melo (66)

 (Continuação daqui)


Fonte: cf. aqui


66. O Muro da Vergonha

O século XX teve um muro, o Muro de Berlim, às vezes chamado Muro da Vergonha, que separava o mundo pobre, socialista e totalitário a leste de Berlim do mundo rico, capitalista e livre a oeste da cidade.

Aquele muro era a vergonha do socialismo.

O século XXI também tem um Muro da Vergonha, mas este separa duas democracias, o México e os EUA, uma democracia pobre, católica e socialista de uma democracia rica, protestante e capitalista.

Este muro é a vergonha do catolicismo.

Este muro não é uma simples separação de dois países. É a separação de duas culturas cristãs - a cultura católica dos países da América Latina, do México para sul (herdeira de Portugal e Espanha), e a cultura protestante dos países do norte (EUA e Canadá, herdeira da Grã-Bretanha).

O catolicismo é uma cultura fortemente comunitária, procurando fazer de toda a humanidade uma família, valorizando a figura de unidade e autoridade que é o Pai (Papa).     

Quando viveram sob regimes de autoridade, os países católicos conseguiram ser extraordinariamente prósperos (v.g., Portugal de Salazar, Argentina de Perón, Chile de Pinochet, Espanha de Franco).

Porém, quando viveram, como agora, sob o regime de democracia liberal, os países católicos quase sempre descambaram para o socialismo (v.g., Portugal, Espanha, Brasil, México, Chile) e frequentemente para a pobreza.

Foi Cristo que pregou o sentimento de comunidade quando afirmou que todos os homens são filhos do mesmo Pai. Trata-se, portanto, de uma comunidade baseada no amor fraterno (caridade), que é o sentimento que a Igreja Católica prega, o qual evolui de baixo para cima, da família para a nação e daí para toda a humanidade. E é uma comunidade que é presidida por uma figura de autoridade pessoal - o Papa. 

Porém, em democracia, quando é o povo católico a decidir - algo que ele não está habituado a fazer porque na cultura católica quem decide é uma elite -, o povo procura realizar o sentimento de comunidade que está na sua cultura, não através do amor, mas pela força. Daí o chamamento ao Estado, que é o monopólio da força, e o caminho para o socialismo. 

Não existe um muro que separe Portugal dos outros países da União Europeia, caso contrário os portugueses, à semelhança dos mexicanos, andariam a tentar saltar por cima dele. Em substituição do muro, os portugueses andam de mão estendida, como o Almirante Gouveia e Melo já fez notar (cf. aqui). 

Agora, que os portugueses parecem chamar por uma autoridade pessoal na figura do Almirante, espera-se que ele contribua para acabar com essa vergonha nacional e para restaurar o amor-próprio, o orgulho e a prosperidade entre os portugueses.

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