(Continuação daqui)
XXXIII. Partidos políticos
Se, em termos socio-profissionais, os juristas serão os principais adversários do Almirante Gouveia e Melo na sua candidatura a Presidente da República, em termos institucionais os maiores obstáculos serão os partidos políticos, em cujas direcções, aliás, pontificam os juristas.
Os partidos políticos são as principais "capoeiras" (embora existam muitas outras) que o Almirante vai ter de tirar do caminho para promover a sua agenda de uma "capoeira única", que é a da população portuguesa.
O Almirante não pode aceitar nem pedir explicitamente o apoio de qualquer partido porque, na realidade, ele candidata-se acima dos partidos. Ele vai ter de se dirigir ao povo português passando por cima das direcções partidárias. Não vai ser fácil, embora a imagem degradada que os partidos têm na opinião pública e a aversão cultural do povo português aos partidos, lhe facilitem a tarefa.
O oposto de católico - um palavra que, do grego, katholikos, significa universal (cf. aqui) - não é protestante. É sectário. O catolicismo ambiciona tornar toda a humanidade uma comunidade, uma família. Aquilo que o protestantismo fez foi partir a comunidade católica em seitas - as famosas seitas protestantes - das quais derivaram os modernos partidos políticos.
Uma das batalhas mais difíceis que o Almirante terá pela frente será a de promover o bem comum (cf. aqui), que é um valor caro à cultura católica dos portugueses, contra os bens e interesses sectários, defendidos por cada um dos partidos políticos.
Nesta batalha, o campo está todo minado contra o Almirante e, por isso, mais do que acertar em alvos, o Almirante deve ambicionar, primordialmente, não cometer erros. No post seguinte, indico o maior erro que o Almirante pode cometer, aquele que, na minha opinião, poderá ser catastrófico para a sua candidatura.
(Continua acolá)
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