17 dezembro 2024

Almirante Gouveia e Melo (XXVII)

 (Continuação daqui)





XXVII.  Na terra de Salazar 

"Santa Comba Dão é a autarquia que mais tempo demora a pagar aos seus fornecedores", escreve hoje o jornal ECO (cf. aqui).

É um exemplo do efeito que a liberdade protestante, que é uma liberdade de escolha, produz num país de tradição católica. Conduz ao abuso e, em última instância, à opressão, prevalecendo a vontade daquele que tem mais poder. O devedor, ainda por cima sendo Estado, sente-se agora com liberdade para decidir quando é que paga ao credor, e é o Estado a dar o exemplo (se fôr o cidadão a atrasar-se nos pagamentos ao Estado paga coimas e, no limite, é penhorado e vai preso).

Na cultura católica, os exemplos vêm de cima. A liberdade democrática transformou Portugal num país de caloteiros.

É uma ironia que a autarquia mais caloteira do país seja a da terra do próprio Salazar, que era um governante extraordinariamente responsável, escrupuloso e cumpridor. Ali por perto da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, a rainha das Câmaras caloteiras, presidida pelo socialista Leonel Gouveia, Salazar deve estar a dar voltas no túmulo.

São as virtudes que Salazar possuía em alto grau que um Presidente militar, como o Almirante Gouveia e Melo, podem trazer de novo a Portugal e que são decisivas para o crescimento económico que os países de tradição católica  normalmente experimentam sob a inspiração militar: o sentido de responsabilidade, o cumprimento escrupuloso dos contratos, a boa-fé nas relações inter-pessoais, o respeito pela palavra dada,  a transparência nas relações negociais, o cumprimento das promessas.

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