(Continuação daqui)
IV. O espírito de comunidade
Os militares são formados para defender a comunidade ou nação portuguesa, todos os seus membros sem excepção ou distinção de idade, sexo, profissão, côr da pele, partido político ou qualquer outra. O fim último da função militar é o de preservar a paz que é um dos elementos principais, senão mesmo o principal, do chamado bem comum.
É este espírito de comunidade que os militares possuem em alto grau e que a democracia partidária vem romper na sociedade, partindo a comunidade em partidos políticos que são adversários uns dos outros e, no limite, verdadeiros inimigos.
A cultura católica é uma cultura fortemente comunitária, a sua ambição última é a de fazer de toda a humanidade uma família. Foi este espírito de comunidade que a reforma protestante veio quebrar, dividindo a comunidade católica em seitas religiosas, que mais tarde dariam origem aos modernos partidos políticos.
Num país de cultura fortemente católica como é Portugal, não existe instituição mais corrosiva do que o partido político. Como o próprio nome indica, ele parte a comunidade em grupos que se digladiam entre si. E quanto mais católico é um país, quanto mais ele se aproxima de uma verdadeira família, mais corrosivos são os partidos políticos. As piores zangas são as zangas de família porque são aquelas em que se passa mais facilmente do amor ao ódio.
O Parlamento português, neste momento, é a imagem real do país - o de uma família desfeita em que as rivalidades partidárias deram lugar, primeiro, à animosidade, depois à inimizade e, finalmente, ao ódio.
A principal diferença entre o actual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o próximo Presidente da República que, na minha opinião, será o Almirante Gouveia e Melo, é que o primeiro é um homem de partido - portanto, um homem divisivo - ao passo que o segundo é um homem de comunidade - portanto, um homem de união.
Os povo português, na sua cultura católica, não gosta de partidos e os resultados estão à vista, com a degradação das instituições publicas, e de que o Parlamento é o primeiro exemplo. Os portugueses estão cansados de divisões, de confrontos e de guerras partidárias, e querem ver restaurado o sentido de comunidade que tanto apreciam - na família, no grupo de amigos, na associação desportiva, no emprego, na igreja, na nação.
Para restaurar esse sentimento, nada melhor que um militar. Ele é educado para o bem comum. No seu espírito não existem partidarismos, que é aquilo que conduziu Portugal à situação política em que actualmente se encontra.
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