(Continuação daqui)
370. Os nomes
A padroeira de Portugal é Nossa Senhora da Conceição, do Brasil N.S. da Aparecida, do México N.S. de Guadalupe, da Polónia N. S. de Czestotchowa, da Argentina N. S. de Luján, de Espanha N.S. do Pilar, ...
Por que é que todos os países de cultura católica têm uma padroeira - que é invariavelmente a figura da Virgem Maria -, e não um padroeiro - que poderia ser um santo ou o próprio Cristo?
A razão é que a própria Igreja Católica é a figura teológica de Maria, e a cultura católica é uma cultura feminina que coloca a mulher num plano superior ao do homem.
Questão diferente é a de saber por que é que a cultura católica, que é uma cultura feminina, tendo no centro a figura de Maria, é mais avessa à liberdade de expressão do que a cultura protestante, que é uma cultura masculina, tendo no centro a figura de Cristo.
Uma resposta possível é a seguinte. Quem contemplar a história da Igreja Católica fica certamente impressionado com a sua longevidade e a sua capacidade de sobrevivência a todas as tragédias humanas e a todos os regimes políticos.
Num post anterior (cf. aqui) forneci a chave para esta capacidade de sobrevivência, que é a seguinte: A Igreja Católica casa-se com qualquer poder político, desde que seja poder, ao mesmo tempo que namora com o seu opositor. Quando o marido perde o poder, ela volta-lhe as costas e casa-se com o amante. (*)
Já se imaginou, se existir liberdade de expressão, os nomes que o povo vai chamar a esta mulher?
Serão de certeza muito piores do que os nomes que eu chamei ao Rangel - politiqueiro e jurista de vão- de-escada - e que levaram à Decisão do TEDH Almeida Arroja v. Portugal.
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(*) É esta desconfiança em relação à lealdade dos católicos (se ao Rei se ao Papa) que levou a Inglaterra, primeiro, a proibir o catolicismo e, ainda hoje, a proibir que os católicos ocupem cargos de governação. Em Inglaterra, o chefe de Estado e o chefe da Igreja Anglicana são a mesma pessoa. Esta desconfiança pode também ter sido decisiva para traçar o destino que teve o único presidente americano eleito que era católico.
(Continua acolá)
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