12 setembro 2024

A Decisão do TEDH (333)

 (Continuação daqui)


Elas, em alemão: "Patinho, dá-me o teu popó"


333. Entrevista ao juiz Pedro Vaz Patto


Jornalista - Juiz Patto, fale-me sobre aquela sua experiência em Mainz, na Alemanha, quando foi participar numa conferência sobre prostituição (cf. aqui). 

Juiz - Foi uma experiência fantástica...

Jornalista - Qual é a principal diferença das conferências sobre prostituição em Portugal?

Juiz - Lá também vão prostitutas ... aqui é só políticos, padres e até juízes (cf. aqui), uma seca...

Jornalista - Quantos dias esteve em Mainz?

Juiz - Uma semana inteira.

Jornalista - Hotel?

Juiz - Cinco estrelas...

Jornalista - E vocês convivem com elas nos intervalos das sessões?

Juiz - Nos intervalos e fora deles, almoçamos juntos, jantamos juntos, depois vamos juntos para o karaoke...

Jornalista - E depois... e depois do karaoke?

Juiz - O quê, fodê!?... Não, isso não... ficamos em andares separados no hotel, elas no oitavo, nós no nono ... embora uma noite eu tenha visto um padre em pijama e palmilhas de meias a descer pelas escadas de serviço...

Jornalista - E quem é que o senhor juiz Patto imitou no karaoke?

Juiz - Quim Barreiros, A Garagem da Vizinha... eu gosto de músicas alegres, de fodê... foi um sucesso... ponho o carro, tiro o carro... no fim eram elas todas a dizer-me, em alemão: "Patinho, dá-me o teu popó"...

Jornalista - E as viagens foram boas?

Juiz - Avião, executiva, limousine à chegada, tudo do bom e do melhor...

Jornalista - E o per diem?

Juiz - Ah, isso é melhor não dizer porque os portugueses são muito invejosos...

Jornalista - E quem pagou tudo isso... o Tribunal da Relação do Porto, imagino...

Juiz - Vá-se fodê... carago... você está a gozar...

Jornalista - Então?

Juiz - Saiu do orçamento da Associação O Ninho, que se dedica a tirar mulheres da prostituição... a comitiva portuguesa tinha sete representantes, eu, três deputados, dois assistentes sociais e um padre, embora eu fizesse as duas funções, de juiz e de padre.

Jornalista - E quem dá o dinheiro?

Juiz - Os políticos... a gente faz-lhes uns favorzinhos nos tribunais ... ou, como diz o meu colega Marcolino, "uns faborzinhos", quando vem lá de Bragança a trocar os vês pelos bês...

Jornalista - Então, aquele caso do Arroja...

Juiz - Sim... lamentavelmente ... é a dura realidade... é tudo uma questão de fodê...

Jornalista- Uma questão de fodê!?

Juiz - Sim, uma questão de fodê... eu tive de fodê o Arroja para salvaguardar o tacho... 


Fonte: cf. aqui


(Continua acolá)

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