Foi a chávena de café preto que tomei pelas três da tarde que me valeu uma noite de insónia. Desde os quarentas que estou limitado ao café do pequeno-almoço e a uns pingos ocasionais de descafeinado, quando me sinto obrigado a tomar algo para acompanhar os circunstantes. É uma autêntica linha vermelha que pago com uma espertina doentia quando a ultrapasso.
Deitado de costas na cama, com as mãos cruzadas sobre o peito, a evocar o eterno descanso, dou por mim a lamuriar-me sobre a triste época em que vivemos. O mundo mudou em 2020, com a eclosão da “pandemia”, e, desde então, tem sido um descalabro atrás de outro que nos afectam com “choque e pavor”, quebrando a vontade de resistir à tirania e esmorecendo a vontade de viver.
Teremos sido invadidos por alguma espécie alienígena que se entretém a liquidar-nos? Será que controlam os governos e acionam as alavancas do poder de forma a destruírem-nos?
Descartando essa hipótese, como é que as nações ocidentais orquestraram, em uníssono, o maior assalto às liberdades individuais dos últimos séculos. Sequestrando pessoas saudáveis em casa, sem poderem ganhar o seu sustento e a ver as suas actividades colapsar. Foi algo demoníaco!
Às seis da matina resolvi regressar ao mundo dos vivos, animado por mais uma dose de cafeína. Ainda leio as notícias da manhã, tentando perceber nas entrelinhas o que anda pelo mundo.
Pelas onze, saí para passear a Louise e fui assaltado por outro choque. Um número desproporcionado de pessoas inteiramente vestidas de negro. Um luto colectivo e inconsciente a reflectir a vitória de Tanatos sobre Apolo.
O meu primeiro pensamento foi de comiseração; ‹‹serão pessoas “vacinadas e arrependidas” que arrastam um sentimento de culpa por não terem sabido resistir à manipulação da BigPharma?›› – pensei cá com os meu botões.
Mas um fenómeno colectivo desta dimensão deve obedecer a ordenanças centrais. Mensagens encriptadas na TV e nas redes sociais?
Dizem que é possível influenciar a populaça através de curtas mensagens que passam durante milissegundos e que chegam directamente ao inconsciente, sem que nos apercebamos.
‹‹O Putin vai desencadear uma guerra nuclear para conquistar o mundo››. ‹‹O futuro é negro››. ‹‹Veste-te de negro››. ‹‹A morte é certa!››.
Não sei... a verdade é que as pessoas que vestem de negro parecem olhar-me de modo estranho. Há uma certa condenação...
‹‹Devo ter sido rotulado de “negracionista” – pensei.
Sentei-me numa esplanada e pedi uma cerveja:
— Preta? – perguntou-me o empregado, todo de preto.
Reparei como arregalou os olhos num esgar ameaçador e pensei: ‹‹Não vou abrir o jogo até descobrir o que se está a passar››.
— Claro – respondi.
Serão instruções do Fórum Económico Mundial? Dizem que o Klaus está feito com o Francisco.
Amanhã vou vestir-me de negro para passar despercebido e tentar sacar alguma informação. Isto não é normal, os meus amigos conspiracionistas é que sabem, está tudo planeado para nos escravizarem e o negro é a cor do fardamento.
A OMS deve estar a preparar outra das suas...
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