(Continuação daqui)
186. A casa nocturna
A reacção que eu tive quando li a notícia de que a facturação da Cuatrecasas em 2023 tinha crescido 30% (cf. aqui) foi a mesma que o Marante teve quando viu entrar a mais nova dama do Som de Cristal.
Fiquei abismado (cf. aqui).
Mais abismado fiquei quando verifiquei que a sua concorrente Abreu aumentou a facturação por uns também impressionantes 20% (cf. aqui), quando a economia portuguesa cresceu apenas 2% em 2023.
Que milagre era este, em que negócios extraordinários andariam envolvidas a Cuatrecasas e a Abreu?
Parecia que isto da advocacia é que estava a dar, andar a defender o larápio de supermercado em tribunal, ou o homem que bate na mulher.
Fiquei intrigado.
Até que fiz uma descoberta que me deixou, desta vez, abismadíssimo, sabendo que as sociedades de advogados não estão sujeitas à supervisão de ninguém, excepto da Ordem dos Advogados.
Que o advogado Paulo Sá e Cunha - presidente do Conselho Superior da Ordem dos Advogados, uma espécie de Supremo Tribunal de Justiça da Ordem - em meados de 2023, se tinha transferido da Cuatrecasas para a Abreu (cf. aqui).
Quer dizer, em 2023, pelo menos, a Cuatrecasas e a Abreu estiveram blindadas contra o crime. Não havia crime que se lhes pegasse. Era tudo actividade legal.
(Continua acolá)
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