(Continuação daqui)
166. Nossa Senhora de Czestochowa
Foi na passada sexta-feira, o dia em que visitei Czestochowa que é, por assim dizer, Fátima da Polónia.
Deve ter sido inspiração divina.
Fiquei ao mesmo tempo maravilhado e horrorizado.
Ao setenta anos de idade e quarenta e sete de economista encartado, eu nunca imaginei que uma tal instituição económica pudesse existir.
Mas devia ter considerado essa possibilidade. Eu próprio tenho escrito e repetido que Portugal, na sua cultura católica, é um país de tudo (cf. aqui). Tudo pode acontecer.
Chesterton acrescentou uma observação importante, que a cultura católica é uma cultura de paradoxos (cf. aqui), na mesma pessoa ou na mesma coisa podem coexistir Deus e o diabo.
E depois, há os exageros próprios da cultura católica. A máfia é a instituição que resulta de os valores da família serem levados ao extremo. Só podia nascer num país católico, na realidade nasceu na capital do catolicismo - a Itália.
Mas agora não se tratava de uma máfia vulgar, tratava-se de uma máfia especial, outra característica da cultura católica - o chamado excepcionalismo católico. Há máfias vulgares e há máfias especiais, de excepção.
Uma máfia legal, um tipo de sociedade comercial e financeira que vende crimes de forma legal (cf. aqui), uma organização criminosa dentro do próprio Estado de Direito.
Esta organização existe em Portugal, é a grande sociedade de advogados, como a Cuatrecasas.
Foi a maior descoberta económica que fiz em toda a minha vida, seguramente a mais original e, no entanto, ela estava desde há anos mesmo debaixo dos meus olhos.
Que Nossa Senhora nos ajude a lidar com ela.
(Continua acolá)
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