13 maio 2024

A Decisão do TEDH (166)

 (Continuação daqui)

Nossa Senhora de Czestochowa, a padroeira da Polónia


166. Nossa Senhora de Czestochowa

Foi na passada sexta-feira, o dia em que visitei Czestochowa que é, por assim dizer, Fátima da Polónia.

Deve ter sido inspiração divina.

Fiquei ao mesmo tempo maravilhado e horrorizado.

Ao setenta anos de idade e quarenta e sete de economista encartado, eu nunca imaginei que uma tal instituição económica pudesse existir.

Mas devia ter considerado essa possibilidade. Eu próprio tenho escrito e repetido que Portugal, na sua cultura católica, é um país de tudo (cf. aqui).  Tudo pode acontecer.

Chesterton acrescentou uma observação importante, que a cultura católica é uma cultura de paradoxos (cf. aqui),  na mesma pessoa ou na mesma coisa podem coexistir Deus e o diabo.

E depois, há os exageros próprios da cultura católica. A máfia é a instituição que resulta de os valores da família serem levados ao extremo. Só podia nascer num país católico, na realidade nasceu na capital do catolicismo - a Itália.

Mas agora não se tratava de uma máfia vulgar, tratava-se de uma máfia especial, outra característica da cultura católica - o chamado excepcionalismo católico. Há máfias vulgares e há máfias especiais, de excepção.

Uma máfia legal, um tipo de sociedade comercial e financeira que vende crimes de forma legal (cf. aqui), uma organização criminosa dentro do próprio Estado de Direito. 

Esta organização existe em Portugal, é a grande sociedade de advogados, como a Cuatrecasas.

Foi a maior descoberta económica que fiz em toda a minha vida, seguramente a mais original e, no entanto, ela estava desde há anos mesmo debaixo dos meus olhos.

Que Nossa Senhora nos ajude a lidar com ela.

(Continua acolá)

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