FELICIDADE
Aristóteles, o maior vulto da antiguidade clássica ou até de sempre, afirmou que ‹‹A felicidade consiste em alcançar, ao longo de uma vida inteira, todos os bens - saúde, riqueza, conhecimento, amigos, etc. - que levam à perfeição da natureza humana e ao enriquecimento da vida humana››.
No mesmo sentido, Eleanor Roosevelt declarou que ‹‹A felicidade não é um objetivo, é um subproduto de uma vida bem vivida››.
O Fausto, de Goethe, descobre o significado da sua relação com o resto da humanidade momentos antes da sua morte: é a alegria de participar na construção contínua que permeia o Universo. E essa descoberta provoca-lhe um sentimento de tanta felicidade que deseja desfrutar desse momento para sempre: «Zum Augenblicke dürft' ich sagen:/Verweile doch, du bist so schön!». Fernando Pessoa, no seu Fausto, diz algo de muito semelhante e que é quase uma tradução: «Que o tempo cesse!/Que pare e fique sempre este momento››.
Para encontrar a felicidade na sua vida (Aristóteles, E. Roosevelt), o homem deve procurar viver construtivamente dentro do seu contexto (Goethe).
Ressalta, nestas citações, o facto de a felicidade ser um conceito de longo prazo, o somatório de vivências gratificantes que dão sentido à nossa passagem pela Terra.
A felicidade não vem numa lata de Coca-Cola, nem se encontra numa digressão turística, quando muito essas atividades dão prazer, mas convém não confundir prazer com felicidade, sob o perigo de cair na infelicidade.
A felicidade é um conceito tão fundamental que foi incluída na Declaração de independência dos EUA: ‹‹Todos têm direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade››.
O burnout, que é o objecto deste conjunto de textos, emerge quando nos sentimos espartilhados e sufocados na busca da felicidade, quando não vemos luz ao fundo do túnel e caímos na tristeza e na depressão.
Para nos livrarmos do burnout temos de responder à pergunta: como é que posso ter uma participação construtiva na sociedade? O que é que me pode trazer felicidade?
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