A metáfora do puzzle
Não é possível construir seja o que for sem termos uma imagem (uma ideia) do que pretendemos fazer. Qual será o resultado final?
Deixem-me socorrer de uma metáfora a que chamarei “A METÁFORA DO PUZZLE”. Quando abrimos a caixa de um puzzle e esvaziamos as peças para cima da mesa, a primeira coisa que fazemos é colocar à frente a imagem do puzzle reconstruído.
Pensem no “puzzle mais difícil do mundo”, a pintura abstrata “Convergence” do Jackson Pollock (1952), com 1000 peças e imaginem que o pretendem montar sem ver o quadro. Penso que a maioria das pessoas desistiria mesmo antes de começar. Repito: precisamos de uma imagem do que pretendemos fazer.
O mesmo se passa na vida real. Precisamos de uma imagem do que pretendemos construir. Valerá a pena acabar o liceu? Ir para a universidade? E que curso escolher? Depois de terminar o curso o que irei fazer.
Cada uma destas opções são peças de um puzzle que eventualmente se encaixam para um resultado ótimo, uma vida útil e feliz.
Há uma pequena lenda que se conta aos estudantes de gestão que é a seguinte:
Um jovem chega ao fim de um estrada que termina em bifurcação e para seu grande espanto encontra lá o mestre Confúcio. Deslumbrado com a presença do sábio e na esperança de poder obter algum conselho útil, pergunta-lhe:
— Mestre, que caminho devo tomar? O da esquerda ou o da direita?
— Para onde pretendes ir? — respondeu Confúcio.
— Não sei mestre...
— Então tanto faz.
O niilismo prevalecente na cultura Ocidental é um obstáculo inultrapassável para a construção do futuro, pessoal ou coletivo. Quando “nada vale a pena”, ninguém tem ânimo para juntar as peças. Um monte de peças desarticuladas tem tanto valor como o resultado final.
‹‹Quero estudar filosofia para procurar a Verdade›› — Não vale a pena pá, a verdade não existe.
‹‹Quero ser militar para defender a minha pátria›› — Otário, a pátria não existe.
‹‹Quero ser advogado para defender os direitos humanos›› — Não há direitos pá, isso é tudo treta (Yuval Harari).
As consequências estão à vista:
— Ó meu, passa aí outra joint, não vou chatear-me com o futuro!
Sem comentários:
Enviar um comentário