CAMPBELL’S SOUP
A chamada “Pop Art” é um símbolo da cultura artística da segunda metade do século XX, do chamado pós-guerra.
Os EUA emergem como a grande potência vencedora e aproveitam para moldar o mundo à sua maneira, a nível político, económico e também cultural.
Há uma euforia no ar, os sacrifícios terminaram, a sociedade de consumo explode e os Baby Boomers rejeitam os valores tradicionais e abraçam, como mote, a “Paz, o Amor e a Liberdade”. Tudo parece possível.
A arte busca elementos da cultura popular (Pop Art), na publicidade, nos artigos massificados e até nas celebridades, e transforma-os em objectos de culto. É um movimento antielitista que procura inspiração no quotidiano da populaça.
A Pop Art constitui, assim, uma inversão total dos paradigmas anteriores. A visão do artista emana do povo e deixa de inspirar, passa a publicitar.
Andy Warhol foi um dos principais protagonistas deste movimento e as suas obras mais conhecidas, a “Campbell’s Soup Cans” ou a “Marylin Diptych”, representam o seu expoente.
O populismo artístico rapidamente se expandiu a toda a sociedade, substituindo as elites por celebridades. Andy Warhol representa na arte o mesmo que Trump representa na política, o império da democracia.
A espécie humana poderá sobreviver sem elites? Substituindo líderes por celebridades e artistas por publicistas? É essa interrogação que me assalta quando contemplo a pintura de uma lata de sopa.
Hans-Hermann Hoppe, no seu livro “Democracy: The God That Failed” (2001), realça os perigos que advêm das falhas da democracia. A Pop Art, ao procurar o máximo divisor comum dos gostos populares, não estará também a falhar o propósito último da arte que é transmitir uma visão inspiradora?
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