O autoritarismo (iliberalismo) busca muitas vezes na ciência explicações racionais para o ódio que destila sobre as suas vítimas. A eugenia, por exemplo, foi aproveitada pelos nazis para eliminar pessoas que o regime considerava que tinham “vidas que não valia a pena viver” (Lebensunwertes Leben).
As práticas eugénicas dos nazis foram sobretudo importadas dos EUA onde era comum esterilizar os deficientes institucionalizados. Os alemães, contudo, com o seu industrialismo, esmeraram estes procedimentos até às câmaras de gás.
Escusado será dizer que os negacionistas do Nacional Socialismo eram considerados pessoas com distúrbios mentais e que o seu cancelamento físico seria um bem para a raça ariana. Uma pessoa com os cinco alqueires bem medidos perceberia de imediato o caracter messiânico do nazismo e voluntar-se-ia para ajudar à festa.
A explosão do iliberalismo no Ocidente, nos últimos anos, trilhou esta tendência para justificar os abusos pela ciência. Os lockdowns para aplanar a curva, a imposição das máscaras, os mandatos vacinais, o cancelamento dos “negacionistas”, foram justificados pelo Bem Comum. O Adolfo não teria feito melhor.
Portugal não tem capacidade para resistir a este vagalhão de iliberalismo e limita-se a seguir as ordenanças dos Führers. Contudo e à nossa medida, sempre que podemos exercitamos a nossa veia de sadismo autoritário. Sendo mais papistas do que o Papa na aplicação das ordenanças ou inventando problemas e soluções macarrónicas.
A última, que me chegou pelo Twitter diz respeito à Raspadinha. O governo solicitou um estudo científico, a notáveis cientistas sociais, sobre a dita cuja e verificou que se trata de um jogo maligno que arruína os pobres e os velhos e que pode levar os mais débeis ao manicómio.
Eu nunca teria encomendado um estudo destes porque basta não ser cego, surdo e mudo, para intuirmos qual é o mercado da Raspadinha.
Conhecidas as conclusões surge o autoritarismo (de base científica). É necessária coragem para acabar com a Raspadinha! Claro que o governo nunca vai acabar com a Raspadinha, mas o estudo serve para impor algumas medidas. Talvez uma taxa sobre os lucros, para financiar institutos governamentais (socialistas) que estudam os problemas da dependência.
Os alemães resolveriam este problema de uma forma muito mais simples. Instalariam umas câmaras de gás no backoffice das tabacarias para onde encaminhariam os dependentes de tão pernicioso vício.
Uma pessoa que se vicia na Raspadinha é um triste que não sabe desfrutar do paraíso socialista e que vive uma vida que não vale a pena viver.
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