A solução que o PCP, o BE e o Chega propõem para resolver o problema do aumento das prestações do crédito à habitação devido à subida das taxas de juro é uma verdadeira palhaçada (cf. aqui).
Esta solução consiste em o Governo deitar a mão aos lucros dos bancos e, depois, utilizar esse dinheiro para aliviar as prestações que os clientes têm de pagar aos bancos. Quer dizer, os bancos substituem-se aos seus clientes e pagam a si próprios, ainda que parcialmente, aquilo que os clientes lhes devem.
Não é difícil imaginar o destino final de uma padaria que paga a si própria, ainda que parcialmente, o pão que vende aos seus clientes.
Que o PCP e o BE, partidos velhos e que tresandam, que só sabem fazer caridade com o dinheiro dos outros - deitando a mão ao dinheiro de uns para o dar a outros -, proponham esta solução, ainda se compreende. Eles não conhecem outra. Roubar legalmente para ajudar alegados coitadinhos é a solução mais fácil de todas que até o pateta do Robin Hood já conhecia há muitos séculos atrás.
Agora o Chega, que tem quatro anos apenas, e se diz a favor da iniciativa privada, se junte a esta palhaçada é que é incompreensível e revela uma total incompetência económica. Para recomendar as mesmas soluções que o PCP e o BE para os problemas dos portugueses, o Chega não é preciso para nada.
A verdadeira solução consiste em o Governo trabalhar com os bancos um seguro contra o aumento das taxas de juro em créditos hipotecários de taxa variável. No caso de as taxas de juro aumentarem é o seguro que paga o aumento das prestações. Naturalmente, existe lugar, por parte do cliente, ao pagamento de um prémio de seguro.
Este produto já existe no Reino Unido desde 2008 (cf. aqui). Em Portugal, a Caixa Geral de Depósitos já oferece às empresas produtos muito semelhantes (cf. aqui). Seria apenas uma questão de adaptar esses produtos ao crédito à habitação concedido a particulares.
Esta é a solução de mercado para o problema que se pretende resolver. Porém, nem a copiar o Chega e a Iniciativa Liberal, que são os dois novos partidos - ambos dizendo-se favoráveis ao mercado -, conseguem inovar, já que dos outros nada se pode esperar.
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