29 julho 2023

O assalto (7)

 (Continuação daqui)


7. Armando Pereira




É uma verdadeira história de encantar, um exemplo para qualquer jovem português, especialmente se for nascido no meio fechado de uma aldeia do norte de Portugal. Não devem existir muitos casos semelhantes no mundo, de alguém que tenha subido tão vertiginosamente na vida à custa do seu trabalho, da sua capacidade empresarial e da sua propensão para o risco.

Armando Pereira, filho de uma família de 18 filhos (dez só do pai, três só da mãe e mais cinco de ambos) emigrou para França aos 14 anos. Trabalhou nas profissões mais modestas, como servente da construção civil e canalizador. Hoje é accionista e dirigente de um dos maiores grupos de telecomunicações do mundo, de que foi co-fundador - a Altice (cf. aqui) -, e tem uma fortuna avaliada em 1 600 milhões de euros (cf. aqui), o que faz dele um dos homens mais ricos de França (um "milliardaire", cf. aqui).

Na sua qualidade de accionista e gestor da Altice, Armando Pereira faz negócios em vários países do mundo, como França, Holanda (sede europeia do grupo, provavelmente por razões fiscais) Portugal, Israel, EUA e em outros países da América Latina e das Caraíbas.

A pergunta que ocorre é a seguinte: "Como é que Armando Pereira nunca foi perseguido pelas autoridades judiciais de nenhum destes países - alguns dos quais possuem sofisticadas polícias especializadas em criminalidade financeira e fiscal - e acabou perseguido pela justiça do seu pequeno Portugal?"

Por outras palavras, "O que é que existirá de especial no Ministério Público português e na equipa de investigação constituída pelo "juiz" Carlos Alexandre, o procurador Rosário Teixeira e o inspector tributário Paulo Silva para eles terem visto em Armando Pereira os crimes que as autoridades judiciais de qualquer grande país, como a França (onde ele construiu a sua fortuna),  os EUA, ou a Holanda nunca conseguiram ver?"

Uma resposta possível foi dada pela ex-ministra da Justiça, Francisca van Dunem, ela própria magistrada do Ministério Público: É porque temos os melhores magistrados do mundo (cf. aqui)

Mas esta resposta apenas serve para confirmar que  a verdadeira resposta foi dada por Fernando Pessoa há cerca de um século atrás, nela residindo  "o mal superior português" : cf. aqui.

 

(Continua)

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