(Continuação daqui)
3. As comissões
Dizer que o produto do assalto às mansões dos empresários Armando Pereira e Hernâni Antunes, avaliado em muitos milhões de euros, é para distribuir aos pobrezinhos (cf. aqui) é apenas uma maneira de dizer.
Primeiro, há que pagar as comissões.
O assalto foi dirigido pelo triunvirato do costume, a associação de criminosos legais mais temida do país - o juiz-de-instrução Carlos Alexandre, o procurador do Ministério Público Rosário Teixeira e o inspector da Autoridade Tributária Paulo Silva. (cf. aqui).
Ora, os funcionários da Autoridade Tributária cobram uma comissão de 5% - que reverte para os seus bolsos como um prémio -, sobre o dinheiro apreendido aos contribuintes que eles consideram recalcitrantes (cf. aqui). Trata-se de um grande incentivo para perseguirem os ricos reclamando que paguem mais do que aquilo que já pagaram. Na situação do inspector tributário Paulo Silva, eu também não perderia tempo e atirava-me ao empresário Armando Pereira que tem os bolsos mais fundos do país. Os seus colegas do Fisco ainda lhe vão erigir uma estátua.
E quanto aos magistrados do Ministério Público?
Quanto aos magistrados do Ministério Público, eles não acusam com base em provas. Não. Eles lançam suspeitas com base em indícios. É essa linha de actuação que me proponho seguir, procurar indícios e depois lançar suspeitas.
Existem indícios que criam a séria suspeita de que os magistrados do Ministério Público também têm um saco azul para distribuir pelos membros da corporação, como prémio pelos roubos que cometem a favor do Estado, eufemisticamente chamados "arrestos".
E que indícios são esses?
Primeiro, desde há uns anos, que o Ministério Público começou a contabilizar publicamente o produto anual do roubo, numa mensagem implícita ao Governo: "Esta é a base sobre a qual nos é devida a comissão combinada". Segundo, esse produto tem vindo a subir exponencialmente de ano para ano (cf. aqui). Que melhor garantia tem o Ministério Público de que o produto continuará a subir exponencialmente no próximo ano do que sacar uma boa parte da fortuna ao empresário Armando Pereira, que é a maior fortuna do país? O terceiro indício é, obviamente, o de os magistrados do Ministério Público trabalharem lado a lado com os homens do Fisco: "Então eles ganham e nós não?".
(Continua)
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