(Continuação daqui)
12. Uma palhaçada
É altura de perguntar: Como é que o mercado accionista reagiu à Operação Picoas desencadeada pelo Ministério Público, envolvendo acusações de corrupção no seio da Altice, e que levou à suspensão de Alexandre Fonseca, chairman da Altice nos Estados Unidos, ele próprio suspeito de corrupção (cf. aqui)?
A Altice tinha fechado no dia 13, quinta-feira, na Bolsa de Nova Iorque, pouco se sabia ainda da Operação Picoas, a $3.1850 (cf. aqui). No dia seguinte, 14 Julho, sexta-feira, caiu cerca de 8% para $2.95. O mínimo foi atingido segunda-feira, 17 de Julho, a $2.86, uma perda acumulada de cerca de 11% face à cotação do dia 13.
À medida que o mercado se foi convencendo que dos interrogatórios judiciais nada saía de concreto (v.g., provas concretas de um esquema de corrupção que tivesse lesado a Altice, e em quanto), as acções começaram a recuperar. No dia 18, terça-feira, deram mesmo um grande salto de 15% para $3.30, um valor 4% acima da sua cotação antes da Operação Picoas.
Desde aí continuaram a subir e fecharam na sexta-feira passada, 28 de Julho, a $3.475, isto é, 9% acima do valor que tinham antes da Operação Picoas.
Olhando em retrospectiva, a avaliação do mercado é, portanto, a de que a Operação Picoas foi um non-event. Quer dizer, uma palhaçada.
(Continua)
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