A PEQUENA VIDA
Chamo Pequena Vida – PV – àquela pachorrenta e repetitiva existência que inevitavelmente nos vai fazer desaparecer sete palmos abaixo de terra, em menos tempo do que imaginamos, sem deixarmos vestígios significativos de que por cá passamos
A minha mulher pergunta-me, quando me ouve falar da PV, quais são as alternativas. Que Grande Vida é essa que pode ser uma opção à miseranda existência quotidiana?
Durante os últimos 43 anos nunca me preocupei com este tema porque acreditei sempre que estava a dar um contributo digno para a família, para o País e até para o repositório de conhecimento humano que vive do produto agregado dos humildes contributos individuais.
Esforcei-me por aprender, pensar e transmitir o resultado à família e aos amigos, aos doentes e a todos os que procuraram o meu parecer. Valeu a pena o esforço?
Aos 6 meses de reforma, confesso que tenho dúvidas.
A decadência da Civilização Ocidental não valoriza os “senadores” e especialmente os velhos do Restelo que, como eu, não conseguem calar-se perante toda a irracionalidade e desacato que nos rodeia.
Os dois últimos anos têm sido devastadores. A fabricação de uma pandemia, os lockdowns, a inoculação em massa da população com produtos experimentais para tratar uma infeção respiratória e o cancelamento das vozes discordantes, foi aterrador.
Seguiu-se uma guerra urdida para destruir uma potência militar concorrente, com centenas de milhares de mortes evitáveis e “psyops” para anular uma civilização milenária.
São ondas que não se conseguem surfar. Que fazer?
Circunscrevermo-nos à tal PV? O café da manhã, as notícias, o Twitter e o Telegram, os passeios com a Louise, as consultas online e as “postas de pescada” à noite? Ou dar uma de D. Quixote e lutar contra moinhos de vento? Ficar na praia à espera de sermos varridos pela onda gigante da desinformação oficial?
Um dos conceitos básicos em Business Administration é — Não lutar contra a maré, o esforço é grande e o retorno tende a ser ínfimo. Talvez seja um bom conselho.
Entretanto vou tentando escapar à PV, trabalhando no meu romance — Zircanis — e ludibriando a rotina, da maneira que vou achando melhor.
Sem comentários:
Enviar um comentário