19 janeiro 2023

Um juiz do Supremo (195)

 (Continuação daqui)



195. Supremo Tribunal de Jubilação

O juiz Marcolino é hoje notícia na Sábado (p. 54). Sob o título "Supremo Tribunal de Jubilação", a Sábado retoma um tema lançado no passado domingo pelo Público segundo o qual o Supremo Tribunal de Justiça se tornou uma mera plataforma para alguns juízes melhorarem a sua reforma.

Sob o heading "Justiça. Promoção para melhorar reforma", escreve a Sábado: "A subida de Marcolino de Jesus ao topo da carreira de juiz esteve suspensa por vários processos. Quando tomou posse, jubilou-se três meses depois - mas com três anos de retroativos e reforma melhorada" (cf. aqui).

Como não podia deixar de ser, existe uma inovação na passagem-relâmpago do juiz Marcolino pelo Supremo. Ela não visou apenas melhorar a reforma do juiz. Ela foi acompanhada do recebimento de mais de três anos de retroactivos.

O traficante Jaime Luciano Rodrigues tinha razão: o juiz "estava metido em tudo o que desse dinheiro" (cf. aqui), e se uma passagem pelo Supremo, ainda que relâmpago, dá dinheiro, então o juiz Marcolino tinha de lá estar metido.

Aparentemente, o juiz remeteu a resposta a alguma perguntas postas pela Sábado para o seu advogado Ricardo Sá Fernandes, o mesmo que disse que, pelo seu escritório, passam muitas pessoas insanas (cf. aqui).

O advogado Sá Fernandes assegura que foi tudo legal.

Se foi tudo legal, ficamos todos muitos mais descansados. O dinheiro dos contribuintes que o juiz poderá ter recebido indevidamente não dá de comer a ninguém, já a legalidade, é isso que nós vamos comer todos logo ao jantar.

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