As buscas mandadas fazer esta semana pelo Ministério Público à Câmara de Lisboa têm todo o ar de serem um acto político, e não um acto de justiça, visando atingir o ministro das Finanças (cf. aqui).
Então, só agora é que o Ministério Público se lembrou de investigar factos ocorridos há oito anos? O processo estava no congelador? Mais um pouco, e teriam recuado à data do nascimento de Medina.
É inaceitável, e acabará por conduzir à sua ruína, que a democracia em Portugal seja condicionada por funcionários públicos, não eleitos, que agem na sombra e em completa impunidade, fazendo política sob a aparência de estarem a fazer justiça.
Curiosamente, os jornalistas questionam sempre a idoneidade dos políticos visados por estas operações, mas nunca a dos magistrados do Ministério Público que as promovem.
Se o fizessem, certamente que teriam muito para contar.
A Inquisição foi activada nos alvores da modernidade para combater a democracia. O Ministério Público, que é o herdeiro directo da Inquisição, irá acabar com ela. Fá-lo fazendo parecer mal os políticos do regime democrático, com especial ênfase nos autarcas que são os protagonistas do poder descentralizado (a Inquisição, no seu ataque à liberdade e à democracia, defendia o poder absoluto e centralizado do rei. É essa a genética do Ministério Público - um poder absoluto e centralizado).
Sem comentários:
Enviar um comentário