(Continuação daqui)
178. Fantasias
Entre os traços de carácter que são atribuídos ao juiz Marcolino nas muitas peças processuais em que ele está envolvido, raramente se encontra um que lhe seja simpático (cf. aqui). Mas, de todos, aquele que eu considero o mais interessante, porque é também o mais certeiro, foi pronunciado por um traficante de droga, Jaime Luciano Rodrigues, conterrâneo do juiz em Bragança.
Depois de afirmar aos quatro ventos que o juiz Marcolino andava metido no tráfico de droga, Jaime acrescentou pelo meio que, na realidade, ele andava metido em tudo o que desse dinheiro (cf. aqui). E, na verdade, quem observar a vida pública do juiz Marcolino, uma das conclusões a que rapidamente chega é a da sua obsessão por dinheiro.
Eu próprio, antes de conhecer a opinião do Jaime, já tinha chegado a essa conclusão. Ele exige dinheiro por tudo e por nada, embora o motivo mais frequente seja a honra, esse bem etéreo pelo qual o juiz chega a exigir milhões de euros. Ele exige dinheiro pelo estacionamento do seu próprio avião. E a primeira coisa que fez quando chegou ao Supremo Tribunal de Justiça foi exigir três anos de retroactivos (cf. aqui) sob ameaça, evidentemente, de pôr o Supremo em tribunal, porque ele é homem para isso - para pôr em tribunal o Supremo Tribunal de Justiça.
Na realidade, ele já pôs uma vez o Supremo Tribunal de Justiça em tribunal, embora com resultados desastrosos (cf. aqui). Ele põe toda a gente em tribunal, advogados, juízes, engenheiros, presidentes de câmara, traficantes de droga, empresários, presidentes de aeroclube, jornalistas, a madrasta. Ele já pôs o próprio pai em tribunal (cf. aqui), e só não pôs a mãe porque a senhora já morreu há mais de trinta anos. O motivo é sempre o mesmo: dinheiro.
Para um socialista como o juiz Marcolino o dinheiro devia ser um pecado. E é, mas nas mãos dos outros, e por isso ele se empenha, quando vê dinheiro, em transferi-lo das mãos dos outros para as suas próprias mãos.
A história mais divertida envolvendo dinheiro e o juiz Marcolino é, evidentemente, aquela que está contada no acórdão do Supremo que tenho vindo a citar ultimamente (cf. aqui). Na noite do velório do pai, a mente alucinada do juiz imaginou que uma amiga da sua madrasta transportava dinheiro, retirado da conta bancária do pai. Foi então que organizou um bando, que incluía o irmão Manuel, para seguir os passos da mulher, persegui-la de automóvel e sequestrá-la à porta de casa, sob a ameaça da sua Beretta de calibre 6,35, até à chegada da brigada da GNR duas horas depois.
De nada valeram os protestos do vizinho que acordou com os desacatos e veio à janela dizer que o juiz e o irmão eram uns desordeiros, e que fossem mas era para casa, que ele queria dormir. E, tendo disto isto, fechou a janela, voltou costas e foi de volta para a cama, porque se ficasse ali a ver a cena já sabia que, dias depois, seria convocado como testemunha por uma das partes para ir prestar declarações à GNR e mais tarde aos tribunais.
Acabou por chegar a GNR, chamada pelo juiz, que revistou a mulher, revistou o carro e revistou a casa e não encontrou malas nenhumas com dinheiro. As malas com dinheiro só existiam na mente perturbada do juiz.
Não foi o mesmo que aconteceu recentemente com a eurodeputada grega Eva Kaili (cf. aqui). Essa foi mesmo apanhada com malas com dinheiro, e foi esta coincidência que me levou a associar a deputada grega ao juiz português.
A deputada gosta tanto de dinheiro como o juiz, mas esta não é a única semelhança entre estas duas almas gémeas que parecem ter sido feitas uma para a outra. Ambos perfilham a ideologia socialista, ambos são propensos a praticar actos de corrupção, ambos são atraídos por malas com dinheiro, embora de uma maneira ligeiramente diferente um do outro e complementar. O juiz fantasia acerca de malas com dinheiro, enquanto a deputada torna realidade as fantasias do juiz e pega, de facto, em malas com dinheiro.
Foi esta capacidade da deputada para tornar realidade as fantasias do juiz que me chamou a atenção. É que, além disso, ela é uma beleza de mulher, abrindo a porta ao juiz para fantasiar à vontade, e não apenas sobre malas com dinheiro.
(Continua acolá)
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