Quem consultasse o Programa Eleitoral do CHEGA publicado em Dezembro, veria que, na parte económica, se o CHEGA fosse Governo, a primeira prioridade seria começar a pagar a dívida pública (cf. aqui).
Já depois das eleições, em Fevereiro, foi a vez de Mário Centeno, agora governador do Banco de Portugal, chamar a atenção para essa prioridade (cf. aqui), embora seja caso para perguntar por que é que ele, enquanto ministro das Finanças, não o fez.
E porquê a prioridade da dívida pública?
Porque um país altamente endividado, como é Portugal (o quarto mais endividado do mundo, entre cerca de duzentos países) perante qualquer factor adicional de risco é dos primeiros a ser abandonado pelos mercados financeiros que deixam de lhe financiar a dívida.
O factor adicional de risco está aí, é a guerra na Ucrânia, e veio juntar-se a outro que já se desenhava no horizonte - a inflação. Acresce que a Alemanha, que é o principal financiador da União Europeia, está também a entrar em recessão (cf. aqui).
Os alarmes já estão a soar (cf. aqui). Cada ponto percentual de aumento nas taxas de juro onera o Orçamento do Estado (OE) em cerca de 3 mil milhões de euros em juros, cerca de 3% do próprio OE e 1,5% do PIB.
Não existe margem de segurança. Portugal há décadas que é governado no fio da navalha. É uma grave crise económico-financeira que está pela frente. E vai ser duradoura.
Sem comentários:
Enviar um comentário