No passado fim-de-semana estive como convidado no VII Conselho Nacional do CHEGA que se reuniu em Sagres. A sessão foi aberta aos jornalista e reuniu cerca de cem conselheiros nacionais do CHEGA vindos de todos os pontos do país.
O principal tema da Ordem de Trabalhos era a discussão e votação do novo Programa do Partido e foi também essa a razão da minha presença, porque fui o autor da sua parte económica.
O Conselho Nacional decorreu com o máximo civismo e elevação bem ao contrário daquilo que é geralmente reportado pela comunicação social sobre eventos do CHEGA.
Estava em discussão um Programa com 85 cláusulas que poderiam ter dado lugar a discussões encarniçadas e intermináveis, e a redacções finais ininteligíveis como aquelas em que se procura compatibilizar pontos de vista diferentes e, às vezes, opostos.
Nada disso aconteceu. Várias cláusulas foram alteradas em resultado de propostas certeiras, concisas e muito bem apresentadas, tendo a mesa dirigido os trabalhos de forma exemplar. A tal ponto que o Conselho terminou à hora que estava prevista tendo cumprido toda a sua ordem de trabalhos.
Aproveitei para conhecer alguns militantes do CHEGA. São vários aqueles que vêm de outros partidos, especialmente do PSD, mas também do CDS e até do PS. Um ex-militante do PS, e agora do CHEGA, confidenciou-me que abandonou o PS no dia em que António Costa traiu o seu camarada António José Seguro.
Existem também muitas pessoas que nunca tiveram qualquer actividade partidária. É o caso de um professor de Medicina que é dirigente regional do partido e de uma arquitecta que é vice-presidente. São pessoas que tradicionalmente se abstinham nas eleições. Resolveram entrar na política já numa fase madura da vida, e sem terem necessidade da política para nada, porque consideraram que a situação política no país tinha chegado ao limite do tolerável.
É esse também o meu caso.
Uma nota final. Fiquei com o sentimento que o CHEGA é claramente um partido diferente dos outros. Daí as reacções que provoca entre os seus adversários, e a principal é o medo. E o medo é justificado, porque no dia em que o CHEGA for governo, acredito que nada mais será como dantes.
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