(Continuação daqui)
X. Morte assistida
"Defesa da vida, desde a sua concepção, até à morte natural". (cf. aqui, II A - Funções Executivas, nº 1-a)
O Chega é contra a morte assistida, vulgo eutanásia.
Provavelmente o maior choque entre o Chega e os outros partidos políticos com representação parlamentar em Portugal está nas questões da moral.
Para o Chega a fonte da moralidade é a tradição. Vale a pena dizer que, em Portugal, o depósito da tradição é a Igreja Católica e, de facto, na questão da eutanásia, a posição do Chega é coincidente com a da Igreja.
Na questão da morte assistida, como em várias outras questões de moralidade - embora não em todas -, o Chega é uma partido iliberal, que segue a moralidade tradicional ou católica.
Para o liberalismo clássico ou anglo-saxónico, defendido em Portugal pela Iniciativa Liberal, a fonte da moralidade é o consentimento ou acordo das partes. Desde que a pessoa que deseja morrer dê o seu consentimento esclarecido e haja um médico que consinta em assisti-la na morte, a morte assistida é moral.
Para o socialismo, a fonte da moralidade é a lei Desde que a lei, votada por maioria, consagre a morte assistida, ela passa a ser moral.
Na questão da morte assistida, como em várias outras questões de moralidade, o Chega está sozinho em oposição ao liberalismo clássico e ao socialismo. A razão é que a moralidade tradicional do Chega é uma moralidade católica ao passo que as moralidades liberal e socialista se desenvolveram a partir das versões protestantes do cristianismo (calvinismo e luteranismo, respectivamente).
Não obstante, sendo Portugal um país de cultura católica é a moralidade defendida pelo Chega aquela que é mais conforme à cultura dos portugueses. Pode estar aqui uma das razões principais que explicam o crescimento rápido deste partido.
(Continua)
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