Se os dirigentes do Benfica conviverem diariamente no seu trabalho com os árbitros que, domingo a domingo, arbitram os jogos do Benfica com os outros clubes o que é que, com o tempo, as pessoas vão dizer acerca desta situação?
Vão presumir, com toda a legitimidade, que os árbitros favorecem o Benfica em relação aos outros clubes nas decisões que tomam em cada domingo nos jogos. Vão dizer que o Benfica está a corromper a arbitragem.
E se os magistrados do Ministério Público - na realidade os dirigentes do Ministério Público do Norte - que são os acusadores oficiais, conviverem diariamente no seu trabalho com os juízes que vão julgar os recursos no Tribunal da Relação do Porto, envolvendo os magistrados do MP enquanto acusadores contra outras pessoas ou instituições enquanto rés, o que dizer acerca desta situação (cf. aqui)?
Presume-se que os juízes da Relação favorecem os acusadores nas suas decisões judiciais. Pode dizer-se que o Ministério Público está ali a corromper a Justiça.
Não haverá outro lugar onde pôr a hierarquia do Ministério Público do Norte a trabalhar senão ali, no Tribunal da Relação do Porto, junto aos juízes que vão apreciar casos em que os primeiros são parte?
Não. Não há.
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