11 novembro 2019

O DIAP e o Joãozinho (II)

(Continuação daqui)

II. Uma decepção


Portanto, a Cuatrecasas e o PSD - de que a Cuatrecasas é uma célula -, tinham conseguido manipular o sistema de justiça de modo a levarem para um julgamento de ofensas um juiz especializado em criminalidade financeira.

O objectivo era apanharem-me em algum crime financeiro que definitivamente me calasse e permitisse branquear aquilo que o HSJ, com a assessoria da Cuatrecasas, tinha feito do Joãozinho entre 2009 e o início de 2014.

Acontece que, ao contrário da Cuatrecasas, eu nunca tive relações com a máfia russa ou com outra máfia (cf. aqui) porque existe o risco de se ficar contagiado e, quanto a viver por esquemas, ao contrário del Señor Don Emílio Cuatrecasas (cf. aqui), esse não é definitivamente o meu forte.

O julgamento que, normalmente se decidiria numa sessão, prolongou-se por quatro meses e oito sessões. Era mais que óbvio que o julgamento se prolongava porque a Cuatrecasas e o DIAP me andavam a devassar a vida.

No fim, nada. Não me conseguiram calar nem branquear os primeiros cinco anos da vida do Joãozinho. E, a ironia, é que as coisas deram a volta porque são agora esses cinco anos da vida do Joãozinho que estão sob os holofotes.

O magistrado Y, ao fim de seis anos à frente do DIAP, cessou funções em Setembro de 2018, e foi já sob a direcção do seu sucessor que foi aberto o presente inquérito ao HSJ e aos donativos recebidos em favor do Joãozinho.

Olhando em retrospectiva, a missão do magistrado X no meu julgamento foi a de procurar crimes que eu, afinal, não tinha e branquear aqueles que os seus camaradas de partido efectivamente tinham.

Quando os jornalistas me perguntam agora, no seguimento das notícias que têm vindo a público sobre o inquérito criminal, se eu, como presidente da Associação Joãozinho, fui contactado pelo DIAP, eu respondo que não. Claro que não. Na realidade, até me divirto: "Olha... a mim…" (cf. aqui).

E depois, penso para comigo: "Eles já andaram a ver tudo no ano passado. E tiveram uma decepção".


(Continua)

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