"Eis ao que chegou esse poder oculto, subterrâneo e quase absoluto (…)" (cf. aqui)
José Sócrates é, de todos os portugueses desta geração, de longe o homem mais abusado pelo Ministério Público, a Inquisição moderna, a Pide da democracia.
Devassaram-lhe a vida - ao ponto da vida íntima -, já esteve preso quase um ano, arruinaram-lhe toda a credibilidade, especialmente a credibilidade política que era aquela que mais pretendiam arruinar. Atribuíram-lhe uma fortuna que ninguém sabe onde está.
Tudo isto já aconteceu. Aquilo que ainda não aconteceu foi um julgamento, menos ainda uma condenação.
É a corrupção completa da justiça, penalizar uma pessoa sem julgamento, mas é um traço distintivo da tradição inquisitorial da justiça penal portuguesa, em que a pena está no processo, e não na sentença.
O meu case study não tem, nem de longe, a dimensão da Operação Marquês. Mas tem uma grande vantagem, que é a da sua enorme simplicidade.
Permite-me mostrar a qualquer cidadão interessado como é que funciona esse poder oculto, subterrâneo e quase absoluto, sozinho e em conjunto com outros poderes igualmente ocultos, como o das sociedades de advogados, e ainda outros, todos contribuindo para o mesmo fim - a corrupção da justiça.
O meu propósito é o de fazer com que, da próxima vez, qualquer Rangel, qualquer Cuatrecasas, qualquer magistrado Toni Guimarães, qualquer Papá Encarnação, qualquer juiz de paróquia, antes de fazer o que fez no meu case study, pense duas vezes.
É que pode acontecer que o visado lhes faça aquilo que eu lhes tenho feito e que eles mais detestam que se faça - trazer o assunto para a praça pública, acabando com o carácter oculto e subterrâneo dos seus poderes ilegítimos e mostrando à saciedade quem são os seus protagonistas.
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