"Temendo que as negociações não cheguem a bom porto, Jorge Pires, Presidente da Associação Pediátrica Oncológica, revelou que vai pedir uma audição à ministra da Saúde para que intervenha no processo.
Temos de encontrar uma maneira civilizada de resolver o problema, caso contrário arranjamos uma guerra jurídica. Houve um incumprimento por parte do Hospital e a administração deveria ter feito uma contraproposta [à carta de Pedro Arroja] e não afirmar apenas que não era possível, considerou Jorge Pires que pondera avançar com uma acção crime para responsabilizar os políticos e a administração do hospital".
(JN, hoje, p. 18).
Duas conclusões decorrem daqui:
1) Com a administração do HSJ afastada, o assunto acerca da titularidade da obra passou agora para a Ministra da Saúde. Espero que ela seja uma pessoa de bem e trate de boa-fé com a Associação Joãozinho, coisa que a administração do HSJ, tendo por trás a sociedade de advogados Cuatrecasas, nunca fez. Caso contrário, acontecer-lhe-á o mesmo que à administração do HSJ.
2) Parece que desta vez, os administradores do HSJ não vão simplesmente renunciar e ir fazer o mesmo para outro lugar. Parece que desta vez vão ser chamados à pedra por aquilo que fizeram e por aquilo que não fizeram. E a Ministra Marta Temido, que assinou aquele célebre Memorando (cf. aqui), prometendo uma obra que sabia que não podia cumprir, não ficará excluída. Eu já aceitei ser testemunha por parte da acusação. Os queixosos são os pais.
A Cuatrecasas e o HSJ habituaram-me ao ambiente dos tribunais e eu agora não quero outra coisa. Aquilo é muito divertido. Além disso, tenho a possibilidade de voltar a encontrar o magistrado X, estando agora do lado dele. Ainda organizamos umas almoçaradas bem regadas porque ele tem todo o ar de gostar muito disso.
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2 comentários:
Vai uma aposta que acaba por ficar tudo em águas de bacalhau e pura e simplesmente deslocam os serviços para os outros hospitais já existentes?
Essa até é a lógica correcta na logística de gastos.
Agora o problema da obra já começada e mecenas e empreiteiros é que é o caso bicudo.
Isto de mecenato inventado por funcionários públicos é treta.
Logo que se falou do caso, também segui links e o mais revelador foi mesmo uma entrevista ao Don Antonio (todo pimpão por ter sido eleito médico do ano) em que dizia que o peditório era mais ou menos simbólico e as crianças eram um bom pretexto dado que as pessoas se comovem sempre com elas.
E foi literalmente esse o conto do vigário.
O PA pegou nele por boa-fé. Mas não foi com boa-fé que o inventaram.
Já para não falar de mais associações joãozinho que também apareceram agora para irem na onda e meterem ao bolso.
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