16 dezembro 2018

as moscas

Ontem fui fazer uma palestra sobre a obra do Joãozinho perante uma audiência de cerca de 50 pessoas. Na audiência estava um pequeno grupo de cidadãos de algumas das antigas colónias portuguesas, como S. Tomé e Príncipe e Guiné.

A meio da palestra, e para exemplificar as condições em que vivem as crianças internadas na ala pediátrica do HSJ, referi, en passant, vários episódios, como a infestação de moscas que lá ocorreu este Verão, apelando à audiência para imaginar crianças doentes, algumas recém-nascidas, assediadas por uma infestação de moscas (cf. aqui).

A parte portuguesa da audiência ficou em silêncio e boquiaberta quando me referi às moscas. Mas esse foi precisamente o momento em que os africanos desataram a cochichar e a rir.

Só no final compreendi a razão. Para eles, era normal. Que luxo, em Portugal só haver infestações de moscas na pediatria do S. João.

1 comentário:

Alex.soares disse...

Caro Pedro Arroja, li com meio olho o episódio descrito e só amanhã voltarei a ele. Mas uma coisa lhe adianto já, não gostei de ler colónias. Colónias?? Não. Provincias ultramarinas é mais correcto e tem outro significado.
Vivi durante cerca de três anos em Bissau e a vivência foi arrasadora.
Nós os iluminados somos uns miseráveis.
Amanhã vou tentar voltar aqui para ler outros olhos.
Bem haja.
Cumprimentos.