11 novembro 2018

falsa democracia

Num vídeo recente, Olavo de Carvalho - a quem se atribui grande influência no pensamento político de Jair Bolsonaro - dá uma explicação clara e certeira acerca do sucesso recente de Bolsonaro e do seu Partido Social-Liberal na cena política brasileira (cf. aqui).

A ideia central é a de que a cultura do povo brasileiro é uma cultura conservadora - uma cultura conservadora que tem andado governada por progressistas (esta dicotomia corresponde à minha própria dicotomia entre cultura católica e cultura protestante).

Esta democracia progressista num país conservador é uma falsa democracia porque não representa os valores, os sentimentos e a maneira de ser do povo. Bolsonaro é o homem que vem trazer a verdadeira democracia ao Brasil precisamente porque interpreta a cultura conservadora do povo brasileiro.

O argumento de Olavo de Carvalho também se aplica a Portugal. Eis algumas peças da evidência de que o Estado - que de si próprio se diz democrático - não representa o povo e, portanto, os portugueses, tal como os brasileiros, vivem numa falsa democracia:

-O povo é religioso, mas o Estado é laico.
-O povo é heterossexual, mas o Estado promove a homossexualidade.
-O povo paga aquilo que deve, mas o Estado é o maior caloteiro do país.
-O povo gosta de crianças, mas o Estado é indiferente a elas (porque não dão votos)
-O povo sabe que se nasce homem ou mulher, mas o Estado acha que isso é uma questão de escolha.
-O povo coloca as pessoas antes das leis, o Estado coloca as leis antes das pessoas (a ideia do Estado de Direito).
-O povo sabe governar a sua casa, mas o Estado não se governa a si próprio.
-O povo cumpre a sua palavra e as suas promessas, mas o Estado não.
-O povo gosta de autoridade, mas o Estado destrói a autoridade na família, na escola, etc.
-O povo é pacífico, mas o Estado fá-lo parecer um povo de criminosos (cf. as notícias que abrem os telejornais).
(...)
-O povo quer que o Joãozinho se faça, mas o Estado não o deixa fazer.

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