11 novembro 2018

à falta de uma

Desde 10 de Abril, estão passados agora sete meses, quando Jorge Pires - o actual presidente da Associação de pais - veio a público denunciar as condições de internamento na ala pediátrica do HSJ, que o Estado reagiu a um problema para o qual estava adormecido.

E, desde então,  quais são as palavras e expressões dominantes nos discursos dos governantes, incluindo os administradores do HSJ, quando se referem à construção da ala pediátrica do HSJ?

As seguintes:

-Dinheiro (milhões de euros)
-Pareceres jurídicos
-Concursos públicos internacionais
-Concursos simplificados
-Ajustes directos
-Revisão do projecto
-Despachos
-Estudos jurídicos
-Memorandos de Entendimento
-Orçamento do Estado
-Tecnicalidade jurídica

É altura de dizer que nada disto faz um hospital de crianças.

Só há uma coisa que faz um hospital de crianças - é uma construtora. E numa construtora o Estado nunca falou, muito menos pôs alguma no local para fazer a obra.

Só a Associação Joãozinho o fez (cf. aqui). E, à falta de uma, pôs lá duas (em consórcio).

Também aqui - e para ilustrar ainda mais o teor do meu post anterior - a Associação Joãozinho agiu como faz o povo: primeiro a obra e depois o dinheiro (pagamento). O Estado age ao contrário: primeiro o dinheiro e depois a obra (e é por este erro de actuação, que é também um erro de lógica, que se tem envolvido numa enorme trapalhada, cf. aqui).

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