Já mencionei que a acusação, quer pública (MP) quer particular (Cuatrecasas), saiu do meu julgamento muito decepcionada (cf. aqui).
E porquê, por eu ter sido absolvido do crime de difamação agravada e, mesmo no crime em que fui condenado (ofensa a pessoa colectiva), não o ter sido sequer por nenhum dos factos que me eram imputados pela Cuatrecasas?
Não. A decepção foi outra. Andaram à procura de "caça grossa" e não a encontraram.
Donde vinham os milhões para pagar a obra do Joãozinho - lavagem de dinheiro?
E qual o património do presidente da Associação Joãozinho, e como é que ele o conseguiu - e paga os impostos devidos?
O único património da Associação Joãozinho é a sua conta bancária, e esta terá sido obviamente "visitada". Não encontraram lá milhões (para em seguida abrirem um inquérito para investigar a sua origem).
O meu património, pelo contrário, desfilou peça a peça, quase na totalidade, em tribunal, trazido por várias testemunhas que, por "acaso", e de uma forma que parecia acidental, o iam revelando - agora o carro, depois o valor das acções de empresas que têm o meu nome, a seguir as actas das assembleias gerais, os aumentos de capital, o registo de propriedade de um activo imobiliário que uma delas possui, etc. E o tribunal também ficou a saber que eu vivo num apartamento na Foz, a zona mais privilegiada da cidade do Porto.
A contabilidade dessas empresas terá sido passada a pente fino, bem como as suas contas bancárias - à procura de transacções suspeitas, transferências para offshores, fugas ao fisco, etc. - e o mesmo terá acontecido com as minhas contas pessoais.
Claro que imagino que o meu telefone esteve sob escuta não fosse eu à pressa e atabalhoadamente, sabendo que estava sob investigação, tentar esconder património ou ocultar operações financeiras suspeitas.
Não encontraram nada. Que grande derrota, que grande decepção.
Sair do julgamento condenado por "ofensas a pessoa colectiva" foi uma graça de Deus face aos crimes que, ao abrigo dos artigos 358º e 359º do CPP (cf. aqui), a acusação imaginava vir a imputar-me em julgamento, e que arrasaria para sempre a obra do Joãozinho e a minha própria pessoa.
Saí do julgamento como um arruaceiro e é assim que devo ser considerado até o Tribunal da Relação do Porto se pronunciar. Mas um arruaceiro limpo.
3 comentários:
Curiosamente o omnipresente personagem Manolo desapareceu, sumiu, foi para o bléu-bléu.
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