O caso mais grave da doença viria logo a seguir quando começou a depôr o ex-administrador, e número dois do HSJ, João Oliveira.
Durante o período de cerca de ano e meio em que o HSJ colaborou activamente e de boa-fé com a Associação Joãozinho, eu - Presidente da Associação - tratava com o Professor António Ferreira - Presidente do Hospital - enquanto para a execução e implementação das decisões trabalhavam, depois, em conjunto o Dr. João Oliveira, por parte do HSJ, e a Dra. Fátima Pereira, tesoureira e vogal da direcção, por parte da Associação.
Durante este período, tiveram várias reuniões de trabalho, trocaram dezenas de e-mails, passaram horas ao telefone.
Primeira pergunta que lhe foi colocada:
-Conhece a tesoureira da Associação Joãozinho?
Ele... pensou...pensou...,
e, eu sentado dois metros atrás, no banco dos réus, fiz o diagnóstico imediatamente:
-Sinosite.
Lá acabou por responder algo do género:
-...Creio que sim...
A segunda pergunta veio logo a seguir:
-Sabe o nome dela?
O silêncio reinou na sala. Foi nessa altura que eu comecei a ouvir um ruído estranho que me pareceu vir da engrenagem da memória, e pensei:
-Aquilo está muito ferrugento...
A resposta acabou por chegar ao fim de algum tempo, arrastada, hesitante, interrogativa:
-...Fátima...?
Quem o interrogava pareceu ter-se dado por satisfeito por ele se lembrar ao menos do primeiro nome dela.
Pergunta seguinte:
-Sabe qual é a formação dela?
-A profissão...?
-Não... a formação...se é jurista...economista...arquitecta...
Agora é que foi o cabo dos trabalhos. O silêncio estava instalado na sala e só eu, perto dele, podia ainda ouvir o ranger da engrenagem. Até que, de repente, ouvi um estalido seco na sala: pum!
-Deve ter gripado,
pensei.
A resposta acabaria por chegar, ainda arrastada, hesitante e interrogativa:
-...Economista...?
Foi nessa altura que concluí:
-Pifou mesmo...
Sem comentários:
Enviar um comentário