Cristo bem nos ensinou que, quando alguém nos desse uma bofetada numa face, devíamos oferecer a outra. Mas, quando chegou a vez dele e, durante o seu julgamento, um guarda lhe pregou uma bofetada numa face, ele não ofereceu a outra. Protestou.
Existe, pelo menos, uma lição a tirar deste episódio, como de todas as situações da vida de Cristo - é mais fácil ensinar do que fazer, e muito mais fácil recomendar aos outros que façam aquilo que nós não somos capazes de fazer.
A obra do Joãozinho tinha começado como uma obra de amor, que é aquilo que praticamente toda a humanidade sente em relação a uma criança. Por isso, eu ressentia bastante que, por esta altura, em certas situações, eu próprio já andasse a utilizar uma linguagem bélica.
E este era um dos momentos. Tinha de ser. Era a oportunidade perfeita para um certo ajuste de contas que há muito tempo era devido. O disparo tinha de ser certeiro e fatal.
Escrevi assim num e-mail dirigido à Margarida Gomes do Público, com conhecimento ao seu director, David Dinis:
Margarida,
Afinal, isto é tudo mentira.
Não existe financiamento público para a construção da Ala Pediátrica do Hospital de S. João, como hoje ficou claro.
Não tem vergonha de andar a reportar mentiras?
Não deve ficar admirada que, nos EUA, o Presidente Trump trate abaixo de cão os seus colegas que assim procedem.
Cumprimentos.
O David Dinis respondeu e pude aperceber-me de que não gostou.
Que engraçado, pensei. Não lhes custava nada fazer-me passar em público como um traficante de terrenos, mas ficavam muito sensibilizados se, mesmo em privado, eu lhes devolvesse na mesma moeda.
"Façamos aos outros aquilo que não gostamos que nos façam a nós", parecia ser o lema deles. Mas este é precisamente o oposto do lema que suporta todas as civilizações sem excepção, incluindo a civilização cristã, que é a nossa.
Nunca mais a Margarida Gomes reportou sobre o Joãozinho. Foi substituída pela sua colega Natália Faria.
Mais outro obstáculo tinha sido removido do caminho.
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