Eu posso ser um comunista convicto e pregar a igualdade a outrance em todos os sectores da vida social.
Mas se eu nasci em Portugal, que é um país de cultura profundamente católica, aquilo a que eu não posso escapar é ao facto de que desde que eu nasci, todos aqueles que me rodearam e me queriam bem quiseram fazer de mim um ser humano diferente de todos os outros.
A começar pela minha mãe - a diferença é um valor muito mais feminino do que masculino.
Tudo isso aconteceu sobretudo num tempo de que eu já não tenho recordações. Mas as marcas estão cá. À espera de serem desencadeadas, para além da minha consciência, num momento em que eu, defendendo a igualdade para todos, reclamo a diferença para mim, senão mesmo a excepção.
Com que razões? Invento-as. Cada um inventa as suas.
Este episódio das propriedades imobiliárias do Partido Comunista e do IMI é o excepcionalismo católico no seu melhor. IMI deve existir e ser igual para todos - excepto para eles.
Pobres diabos.
3 comentários:
Prof.,
No tempo da União Sovietica, existia officialmente duas redes de distribuição de produtos de consumo para alimentação e vestimento : uma rede era para o povo e outra rede era dedicada a "nomenklatura".
Eu acho uma piada a esses insurgentes...criticam que os partidos não paguem IMI mas depois já acham mal que as confissões religiosas e outros paguem.
Regime único para todas as entidades não lucrativas, com uma ou outra norma específica, é o que se exige!
Caro Pedro Sá
A diferença é que um partido é uma entidade não lucrativa cujo objectivo é dominar o país.
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