Eu gostaria agora de mostrar como é que uma coisa boa, quando posta nas mãos de uma pessoa sectária, se transforma imediatamente num mal, numa arma de destruição.
O caso que vou tomar não é menor. Vou falar do John Locke, considerado por muitos o fundador do liberalismo moderno, e da sua célebre defesa da liberdade religiosa.
A primeira coisa que quero salientar é que o Locke e o seu liberalismo é um inimigo da nossa cultura portuguesa e católica (e, portanto, é preciso ter cuidado com os sucessores intelectuais do Locke).
Ele defende a tolerância religiosa para quê? Para impedir o ascendente e o império do catolicismo. Fazendo proliferar as seitas protestantes, quantas mais melhor, a importância do catolicismo diluía-se e o próprio catolicismo se reduzia ao estatuto de uma qualquer seita protestante. "Dividir para reinar" pode ser o lema da tolerância religiosa defendida pelo Locke.
Mas ao catolicismo não se dava sequer a possibilidade de ser reduzido ao estatuto de uma qualquer seita protestante, porque, para o Locke - este grande defensor da liberdade e da tolerância religiosa - o catolicismo deveria ser proibido.
O catolicismo sempre afirmou - e continua a afirmar - possuir a verdade sobre o cristianismo (e eu próprio julgo que a tem). Mas se isto é assim, aquilo que o Locke defende é que se proíba a verdade e se dê livre reino à mentira e à charlatanice.
Esta tolerância sectária, defendida pelo Locke, não é tolerância nenhuma - é intolerância.
Um homem tolerante não proíbe coisa nenhuma, como o Locke. Um homem tolerante é um homem possuído pela verdade. Não se importa nada que digam asneiras à sua volta.
6 comentários:
Até que enfim que se atira ao Locke
Demorou anos, mas finalmente chegou ao ponto certo.
Antes da Reforma a Igreja até tinha a Maçonaria lá dentro.
Na Idade Média Igreja foi sinónimo de diversidade, embora tenha cometido graves erros quando acabou com os Templários ou com os Albigenses.
E o preconceito moderno contra a Idade Média e ridículo.
Esses pedfreiros maçons eram outra coisa.
Com os albigences o erro foi apenas matar. De resto aquilo era cagoteria do piorio.
E não exterminaram. Os prot vêm dessas heresias
eheheheheh
Er...realmente não consegue perceber o quadro político (porque é na realidade político e não religioso) dos tempos de Locke...em que (como aliás aconteceu depois nos Estados Unidos) se via os católicos como alguém que obedeceria mais a um poder estrangeiro (e os Papas na altura também eram líderes políticos efectivos) do que ao Estado nacional...
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