04 novembro 2013

tolerância

Eu gostaria agora de mostrar como é que uma coisa boa, quando posta nas mãos de uma pessoa sectária, se transforma imediatamente num mal, numa arma de destruição.

O caso que vou tomar não é menor. Vou falar do John Locke, considerado por muitos o fundador do liberalismo moderno, e da sua célebre defesa da liberdade religiosa.

A primeira coisa que quero salientar é que o Locke e o seu liberalismo é um inimigo da nossa cultura portuguesa e católica (e, portanto, é preciso ter cuidado com os sucessores intelectuais do Locke).

Ele defende a tolerância religiosa para quê? Para impedir o ascendente e o império do catolicismo. Fazendo proliferar as seitas protestantes, quantas mais melhor,  a importância do catolicismo diluía-se e o próprio catolicismo se reduzia ao estatuto de uma qualquer seita protestante. "Dividir para reinar" pode ser o lema da tolerância religiosa defendida pelo Locke.

Mas ao catolicismo não se dava sequer a possibilidade de ser reduzido ao estatuto de uma qualquer seita protestante, porque, para o Locke - este grande defensor da liberdade e da tolerância religiosa - o catolicismo deveria ser proibido.

O catolicismo sempre afirmou - e continua a afirmar - possuir a verdade sobre o cristianismo (e  eu próprio julgo que a tem). Mas se isto é assim, aquilo que o Locke defende é que se proíba a verdade e se dê livre reino à mentira e à charlatanice.

Esta tolerância sectária, defendida pelo Locke, não é tolerância nenhuma - é intolerância.

Um homem tolerante não proíbe coisa nenhuma, como o Locke. Um homem tolerante é um homem possuído pela verdade. Não se importa nada que digam asneiras à sua volta.

6 comentários:

zazie disse...

Até que enfim que se atira ao Locke

Demorou anos, mas finalmente chegou ao ponto certo.

Zephyrus disse...

Antes da Reforma a Igreja até tinha a Maçonaria lá dentro.

Na Idade Média Igreja foi sinónimo de diversidade, embora tenha cometido graves erros quando acabou com os Templários ou com os Albigenses.

Zephyrus disse...

E o preconceito moderno contra a Idade Média e ridículo.

zazie disse...

Esses pedfreiros maçons eram outra coisa.

Com os albigences o erro foi apenas matar. De resto aquilo era cagoteria do piorio.

zazie disse...

E não exterminaram. Os prot vêm dessas heresias

eheheheheh

Pedro Sá disse...

Er...realmente não consegue perceber o quadro político (porque é na realidade político e não religioso) dos tempos de Locke...em que (como aliás aconteceu depois nos Estados Unidos) se via os católicos como alguém que obedeceria mais a um poder estrangeiro (e os Papas na altura também eram líderes políticos efectivos) do que ao Estado nacional...