Assim sendo, é preciso que ambas as partes reflictam sobre si próprias e estejam prontas a corrigir-se. O cristianismo deve recordar-se sempre que é a religião do Logos. Ele é fé no Creator Spiritus, no Espírito Criador do qual provém todo o real. Hoje, deveria ser esta precisamente a sua força filosófica, na medida em que o problema é saber se o mundo provém do irracional - e a razão não será, portanto, um mero "subproduto", nocivo até, quem sabe, do seu desenvolvimento -, ou se o mundo provém da razão e esta é consequentemente o seu critério e a sua meta. A fé cristã inclina-se para esta segunda tese e tem assim verdadeiramente, do ponto de vista puramente filosófico, bons trunfos para jogar, apesar da primeira tese ser considerada por muitos a única "racional" e moderna.
(Joseph Ratzinger, A Europa de Bento na Crise das Culturas, Lisboa: Aletheia, 2005, p. 38; ênfase meu, dedicado ao Joaquim)
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