09 novembro 2008

uma pouca vergonha - 2

É certo que não tenho seguido criteriosamente o folhetim da avaliação dos professores do Ensino Público Secundário e, por isso, admito que possa haver alguma imprecisão neste meu post.

Confesso que a trapalhada tem sido tal, que o critério ou critérios utilizados são-me quase completamente estranhos. Como, calculo, o serão para a esmagadora maioria dos portugueses. Aliás, a última vez que tive notícia deles tinham sido parcelarmente removidos pela actual titular do Ministério, após umas zaragatas quaisquer com os professores, os tais que seriam o objecto da rigorosa avaliação.

Nessa altura recordo-me, é certo que nebulosamente, que a participação dos Senhores Alunos no resultado final da avaliação, os ilustres Senhores Alunos do Secundário, valeria qualquer coisa como 20%. Coisa pouca, disse-se na altura. Sem muito significado, sem importância. Afinal, agora já não vale nada, conforme me informa o João Miranda? Os Senhores Alunos já não são capazes de avaliar os seus fracos mestres? Que injustiça! Mas a Ministra não é a mesma? O objecto da avaliação não se mantém? Mudaram os critérios? Mudaram os alunos? Mudou a “filosofia” da avaliação? O que se passa, afinal?

A notícia seguinte que tive sobre o enredado folhetim, foi através de uma prima minha, professora de muitos anos, que me descreveu a coisa, quando ela já estava parcialmente, note-se, parcialmente em marcha, e, senhores, tal como ela me descreveu era uma perfeitíssima anedota. Uma anedota que ninguém levava a sério, nem os professores avaliadores, nem os professores avaliados. Confesso que não me recordo de quase nada, mas, se for necessário, peço-lhe que a descreva num texto para publicar no Portugal Contemporâneo.

Em qualquer escola privada, daquelas que estão nos primeiros lugares do ranking nacional há vários anos, os critérios de avaliação dos professores são simples, objectivos e elementares: são contratados bons professores, que só são mantidos se o continuarem a ser. Nesta avaliação, seguramente que não interfere a decisão dos alunos. O critério, caro Pedro, não é, por isso, meu. É o que se pratica onde o ensino tem qualidade, e que é aferido pelos responsáveis das escolas e pelos pais dos filhos que lá estão a estudar.

No meio de toda esta balbúrdia, resulta apenas que o estado é absolutamente inapto para manter a tutela do Ensino Secundário.



P.S.: Ricardo, este critério que indicas presume uma impossibilidade, à partida: a de que os alunos são todos iguais nas suas capacidades e que as diferenças dos resultados da sua aprendizagem se devem atribuir aos professores. Nada mais injusto, meu caro.

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