07 setembro 2022

a pobre Rita Monteiro


Está a dar muito que falar - sobretudo em certa imprensa ligada ao PS, como é o caso do Público (cf. aqui), e também da CNN que dedicou ao assunto um programa inteiro - um julgamento que está a decorrer no tribunal de Bragança.

A principal arguida é uma mulher de nome Rita Monteiro que casou com um idoso de 101 anos, Francisco Marcolino, e que herdou uma parte da sua fortuna, avaliada em cerca de 2 milhões de euros.

Os acusadores (chamados assistentes no processo) são três dos quatro filhos do idoso (dois homens e uma mulher), não tendo o filho mais novo (homem) participado no processo. Já antes, os três filhos tinham conseguido anular o casamento do pai e a herança no tribunal de Bragança (cf. aqui).

O que a comunicação social não tem geralmente revelado é um detalhe importante, senão mesmo decisivo em todo este processo.

É que entre os três filhos que acusam a madrasta, está um juiz, que tem o mesmo nome do pai, -  juiz no Tribunal da Relação do Porto e presidente da 1ª secção criminal.

Este juiz é conhecido por pôr processos judiciais a torto e a direito a quem lhe aparece pela frente reclamando indemnizações substanciais [num processo contra o bastonário da Ordem dos Advogados pediu um milhão de euros de indemnização, cf. aqui] à custa das quais, aparentemente,  tem vindo a enriquecer, manipulando a justiça a seu favor.

O juiz é militante do PS, partido pelo qual já concorreu à Câmara de Bragança (cf. aqui). Perdeu as eleições, mas em breve, o adversário do PSD que o derrotou tinha um processo judicial no tribunal e um pedido de indemnização por não deixar estacionar o avião do juiz no aeródromo da cidade (cf. aqui).

O juiz também já foi inspector judicial em Bragança, competindo-lhe avaliar os juízes do tribunal da cidade. Na altura, punha processos a diversas pessoas na cidade, pedindo indemnizações, e levando vários juízes a pedirem escusa com medo de serem penalizados se decidissem contra ele. O juiz acabou suspenso pelo Conselho Superior da Magistratura da sua função de inspector judicial pelo período de 6 meses (cf. aqui).

Militante do PS, juiz desembargador no Tribunal da Relação do Porto, com um currículo de influenciar juízes a decidirem a seu favor, num meio pequeno como é Bragança, onde o PS está agora no poder, é praticamente certo que a pobre Rita Monteiro vai ser condenada.

Quanto ao facto de o irmão mais novo não participar no processo, a razão pode ser desvendada noutro lugar (cf. aqui).


Nota. Qualquer semelhança entre o juiz referido acima e o juiz Francis dos Coldres, herói da novela policial "O juiz pistoleiro", é pura coincidência (cf. aqui e aqui).

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