Pela positiva, a vitória retumbante do PS e as subidas vertiginosas do Chega e da Iniciativa Liberal são os resultados mais salientes das eleições legislativas do passado domingo.
Porém, um outro facto que emerge das eleições tem sido frequentemente ignorado pelos comentadores. Trata-se de uma deslocação maciça do centro de gravidade da política portuguesa para a direita.
Esta deslocação foi feita de dois movimentos. Primeiro, foi a transferência de votos da CDU e do BE para o PS, que é um partido mais à direita que os anteriores. O segundo foi a deslocação de eleitores do PSD para a Iniciativa Liberal e para o Chega.
Permanecendo embora ainda à esquerda, o centro de gravidade da política portuguesa está hoje bastante mais à direita do que aquele que resultou das legislativas de 2019.
As legislativas de domingo mataram dois partidos (PEV e CDS) e anunciaram a morte de mais três - PAN, PCP e BE, estes todos de esquerda.
A confirmar-se esta tendência, as próximas eleições darão o PS como o grande e praticamente único partido de esquerda, o PSD em decadência, a IL acantonada no seu pequeno nicho do mercado eleitoral e o Chega, se não cometer erros, como o grande partido de direita.
Nota: Eu sou membro do Gabinete de Estudos e da Comissão Política Nacional do Chega. Porém, as opiniões expressas aqui vinculam-me apenas a mim próprio e de maneira nenhuma ao partido.
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