Não como o gigante bronzeado de grega fama
Com pernas abertas e conquistadoras a abarcar a terra
Aqui nos nossos portões banhados pelo mar e dourados pelo sol, se erguerá
Uma mulher poderosa, com uma tocha cuja chama
É o relâmpago aprisionado e seu nome
Mãe dos Exílios. Do farol da sua mão
Brilha um acolhedor abraço universal; Os seus suaves olhos
Comandam o porto unido por pontes que enquadram cidades gémeas
"Mantenham antigas terras sua pompa histórica!", grita ela
Com lábios silenciosos: "Dai-me os seus fatigados, os seus pobres,
as suas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade
O miserável refugo das suas costas apinhadas.
Mandai-me os sem abrigo, os arremessados pelas tempestades,
Pois eu ergo o meu farol junto ao portal dourado
(Emma Lazarus, o Novo Colosso, 1883, soneto gravado no pedestal da Estátua da Liberdade, ênfases meus)
Faz agora pouco mais de um ano que o liberalismo entrou pela primeira vez no Parlamento, e logo com dois partidos reclamando-se dele.
Não passaram muitos meses até que os dois partidos entrassem em forte concorrência o que, segundo o liberalismo, é um bem e não um mal.
Desde o início que era visível que um deles apelava às classes mais modestas da população - na Amadora, em Odivelas, em várias terras alentejanas - enquanto o outro se dirigia sobretudo à classe média-alta de Cascais, do Estoril e da Foz no Porto.
A questão a que pretendo responder neste post é a seguinte: A quem é que o liberalismo, desde a sua origem, se dirigiu principalmente, aos pobres ou aos ricos?
O liberalismo nasceu na Inglaterra e o primeiro partido liberal foi o Partido Whig (uma palavra que significa carroceiro).
O primeiro país nascido liberal foi uma colónia inglesa, o que não é surpreendente - os EUA.
Por ocasião do centenário da independência americana, o Governo francês ofereceu ao Governo americano a famosa Estatua da Liberdade.
No pedestal da Estátua está gravado um soneto da autoria de Emma Lazarus, uma poetisa judia americana. A estátua está voltada para a Europa. A referência às antigas terras e à sua pompa histórica é uma referência à Europa.
O resto do soneto diz tudo: o liberalismo não foi feito para aristocratas.
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