15 julho 2020

O saloio de Mação

Aquilo que mais me impressionou no comentário televisivo do José Miguel Júdice que hoje cito pela terceira vez (cf. aqui) foi um momento em que ele diz que, desde há anos, os seus colegas advogados, em privado, dizem cobras e lagartos acerca do juiz Carlos Alexandre, mas têm medo de o fazer em público.

Medo é a palavra que explica a falta de cidadania democrática dos portugueses.

Porém, eu ponho a seguinte questão:

-Como é que os portugueses em geral e os advogados em particular aceitam condicionar as suas vidas por medo, e em função da personalidade de um homem, que a si próprio se define como um saloio - o saloio de Mação (cf. aqui)?

Passámos quase cinquenta anos submetidos aos meandros da personalidade de um provinciano de Santa Comba Dão. Agora, aceitamos submeter-nos aos tiques de personalidade de um saloio de Mação.

Já em 2014, se eu tivesse poder, o tinha posto dali para fora (cf. aqui). Mas, passados seis anos, até o Conselho Superior da Magistratura parece ter medo de o pôr dali para fora.

Nada nem ninguém, nos últimos anos, tem contribuído tanto para desprestigiar a Justiça em Portugal - e para dar tanto poder a essa associação de malfeitores que é o Ministério Público - como o juiz Carlos Alexandre.

Nada nem ninguém como ele tem contribuído tanto para voltarmos aos tempos que qualquer português com um mínimo de orgulho gostaria de ver esquecidos para sempre - os tempos da Inquisição.

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