Faço hoje 66 anos e 5 meses, que é a idade oficial da reforma em Portugal.
Sempre procurei diferir esta data, mas não há nada a fazer. É oficial e contra aquilo que é oficial em Portugal não há nada a fazer.
A partir de amanhã serei um reformado. Oficialmente, reformado.
Embora sem receber ainda a pensão de reforma porque as pensões de reforma da Segurança Social estão atrasadas cerca de um ano.
Perante uma data tão significativa na minha vida, ocorreu-me ir ao site do Ministério Público.
E deparei-me com a lista de antiguidades, que é actualizada todos os anos com um carinho extraordinário, muito mais extraordinário do que a pontaria dos magistrados e das magistradas do MP a acertarem em criminosos (cf. aqui).
Reflecti sobre a lista de antiguidades e o carinho que o MP põe nelas.
Cheguei às seguintes conclusões principais. No Ministério Público vive-se a pensar na reforma e considera-se que uma pessoa, quanto mais velha fôr, melhor.
Não partilho nada desta filosofia de vida.
Por isso, por entre a tristeza de hoje atingir a idade oficial da reforma, anima-me uma felicidade íntima - a de nunca ter casado com uma magistrada do Ministério Público.
Só de me imaginar a mim e ela com 30 anos, e ela a pensar na reforma…
E a inventar crimes ao deitar...
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