07 abril 2020

metade é mentira

Em mais um bom trabalho da jornalista Mariana Oliveira do Público (pp. 10-11) - desta vez sobre ventiladores - ficamos a saber que dos 144 ventiladores que chegaram domingo a Lisboa provenientes da China, 78 foram oferecidos por uma empresária do Taiwan com negócios em Lisboa, 50 foram oferecidos pela EDP e pela sua principal acionista (China Three Gorges), 3 foram comprados pela Cãmara de Cascais e apenas 13 foram comprados pelo Estado português através da Administração Central dos Serviços de Saúde.

Este número [13], acrescenta a jornalista, representa "Um total de ventiladores bem diferente do que o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, referiu na semana passada quando indicou que da encomenda [do Estado] de 900 ventiladores, 144 iriam chegar ainda esta semana" (cf. aqui

Quer dizer,

1) Foi a iniciativa privada que mais rapidamente conseguiu fazer chegar ventiladores a Portugal porque, se estivéssemos à espera do Estado, aquilo que teríamos recebido da China até aqui teriam sido sobretudo anedotas de heroísmo burocrático (cf. aqui).

2) Confirma-se aquilo que conheço por experiência própria dos ministérios da Saúde dos governos do primeiro-ministro António Costa, especialmente sob a direcção da actual ministra - daquilo que dizem, metade é mentira.

3) Convinha que o jornal Público ou outro jornal procurassem saber qual o tipo de ventiladores que chegaram a Lisboa - não vão ser do tipo "Elon Musk"  (cf. aqui) - e qual a empresa que os fabricou porque existem apenas 8 empresas na China que produzem ventiladores satisfazendo os critérios de qualidade da União Europeia. Ventiladores da candonga são perigosos e desnecessários.

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