15 janeiro 2020

a demissão

O Portugal Contemporâneo foi talvez o primeiro a descobrir que a Ministra da Justiça, então Procuradora-Geral Distrital de Lisboa, deu cobertura ao seu subordinado, o magistrado Joaquim Moreira da Silva, pela investigação criminal que o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem veio hoje arrasar (cf. aqui).

A notícia está agora a ser divulgada por vários órgãos de comunicação social  (p. ex., aqui) e já levou a Ministra da Justiça a reagir (cf. aqui). Diz que pondera recorrer da decisão do TEDH.

Que engraçada, exprimindo aquela cultura atávica que é própria de muitos agentes da justiça, ela julga que está em Portugal onde se recorre aqui, recorre-se ali, recorre-se acolá e nunca mais acabam os recursos.

Por seu turno, os pais dos jovens vitimados estão em polvorosa com as declarações da Ministra (cf. aqui)

Desiluda-se sobre o recurso. A sentença do TEDH, foi tomada por unanimidade e, perante as tropelias do Ministério Público, os juízes do TEDH em certo momento chegam mesmo a declarar-se "particularmente chocados".

Como superiora hierárquica directa do magistrado Joaquim  Moreira da Silva na altura, que conduziu a investigação criminal agora arrasada pelo TEDH, a Ministra da Justiça, Francisca Van Dunen, só tem um caminho a seguir - a demissão.


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