Para mostrar que o liberalismo não é de direita, e para mostrar o que é ser de direita, escolhi um tema que é, presumo, de interesse para todos os leitores - a prostituição.
Para discutir o assunto, eu serei o liberal. E para autor representativo da posição de direita - quer dizer, do catolicismo - sobre o assunto, escolhi um autor a que já fiz referência várias vezes neste blogue.
Trata-se do presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) (cf. aqui), a voz laica da Conferência Episcopal Portuguesa, isto é, da Igreja Católica no país. Uma das missões da CNJP é a de promover a doutrina política da Igreja Católica, conhecida por democracia-cristã, e construída ao longo de mais de um século desde a Encíclica Rerum Novarum (1891) do Papa Leão XIII.
Além de ideólogo, o autor também é juiz. A minha consideração por ele, porém, é como ideólogo de direita, e não como juiz. Ele tem escrito e participado de forma militante em causas políticas, sociais e religiosas. E muito provavelmente só a sua condição de juiz - que lhe traça uma linha vermelha à actividade de militante político, a qual, não obstante, ele tem por vezes ultrapassado - o tem impedido de ir mais longe e de estar mais frequentemente presente na discussão pública dos assuntos que dizem respeito a toda a sociedade.
Refiro-me ao juiz Pedro Vaz Patto. O texto sobre prostituição que pretendo discutir é este (cf. aqui), onde ele defende uma posição católica radical de abolição da prostituição, enquanto eu, como liberal, considero que ela deve ser livre.
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