O ideal de gestão que o Joaquim expõe num post em baixo encontra frequentemente na prática muitas excepções, como ele admite, ao escrever: "Gerir utilidade para os consumidores confere à empresa uma função social importante. Mas essa função tem de ser desempenhada pela gestão no respeito por valores humanos fundamentais" (cf. aqui).
No sector público, uma das excepções mais frequentes é explicada pela chamada "teoria da captura". A razão é que a propriedade de uma instituição pública é muito difusa - todos os cidadãos do país - não dando a cada um qualquer incentivo a controlar a gestão, e aplicando-se o ditado popular "Aquilo que é de todos não pertence a ninguém".
Num vídeo (cf. aqui) o juiz Sérgio Moro explica com o caso concreto da "Operação Lava Jato" em que consiste a teoria da captura.
Uma empresa pública brasileira - a Petrobras - foi capturada por interesses privados e, em lugar de ser gerida em função do bem público, era governada pela prevalência de interesses particulares - dos políticos que nomeavam a administração, dos próprios administradores e das altas direcções da empresa, de fornecedores que criavam ou mantinham empresas sobrefacturando a Petrobras, etc.
A Petrobras que, sendo de todos não era de ninguém, foi apropriada por alguns e passou a existir para satisfazer primeiramente os interesses particulares destes, e só em segundo lugar, e distantemente, para servir o interesse público do povo brasileiro em nome do qual tinha sido criada.
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